Museu da Marioneta

Não se conhece com exactidão a origem e data do teatro de marionetas, embora haja registo de que a sua utilização poderá remontar, pelo menos, ao século XVI.
Muito provavelmente terá sido originado ou influenciado pela prática de teatro de marionetas de fios do sul da Índia.
A utilização de marionetas para fins dramáticos e de encenação, parece ser um fenómeno relativamente recente, estando muito provavelmente a sua génese intimamente ligada à forma teatral Nadagama, do qual aproveitou os temas, as músicas, os instrumentos, como o tambor, os movimentos estilizados dos seus actores.
O repertório do teatro de marionetas baseia-se essencialmente nas dez últimas Jatakas – histórias das 550 reincarnações de Buda e em episódios conhecidos da história do Sri Lanka (como a de Ahälepola, que centrando-se nesta personagem conta a história da colonização britânica da ilha), mas também foram sendo introduzidos pequenos episódios da vida quotidiana e religiosa, ritualista do povo, como a dança dos demónios – a dança Naga Raksha. Os episódios de comédia são os mais apreciados.
O teatro de marionetas, embora em declínio, pode encontrar-se sobretudo no sul da ilha, em Ambalangoda, mas também podem ainda ser vistas representações em Kandy e Colombo.
Os grupos de teatro de marionetas são constituídos por 8 a 10 elementos, cerca de metade manipulam os bonecos e os restantes tocam os instrumentos tradicionais e cantam os textos.
Os palcos são construções improvisadas, estruturas em bambu com dois níveis de estrados, um para o chão, outro para sobrelevação dos manipuladores. A estrutura é coberta por tecido deixando uma abertura central onde decorre a acção.
As marionetas do Sri Lanka chegam a ter mais de um metro de altura, embora de um modo geral se fiquem pelos 80 cm. São feitas de madeira, com as partes do corpo separadas e ligadas por fios e tecido de modo a garantir a sua flexibilidade e facilitar a manipulação dos braços e mãos, das pernas e da cabeça. O peso das marionetas exige ao seu manipulador um grande esforço e habilidade e, em geral, apenas duas marionetas actuam ao mesmo tempo.
O seu vestuário pode ser de grande riqueza, com bordados, lantejoulas, vidros, fitas, rendas e veludo a enfeitarem saias, corpetes, capas, chapéus, acentuando o seu realismo.
As marionetas presentes no Museu, todas manipuladas por fios, representam personagens humanas e demónios de diferentes histórias, como a de Ahälepola, a história da Kalagola, a história do Príncipe Salya e da jovem Asokamala, a Vessantara Jataka, a Vidhura Jataka bem como personagens genéricas que podem aparecer em qualquer história.